Entre a Loucura e a Razão

Nascimento vê o rapaz sair do carro e se dirigir até o blindado.

- 03, dá munição pro cara..... - respondendo ao civil que estava conosco.

- Os senhores não me disseram, o que tem lá pra frente?? A gente precisa chegar à base do Bope e pegar os Helicópteros ou os barcos que temos atracados nas marinas....

"Esses cara não vão me pegar vivos" repetia a si mesmo enquanto olhava os caras da lei, sim tinha senção de que tudo aquilo era um engodo para pega-lo desprevenido. Não ficaria muito tempo ali, logo daria no pé como sempre...

É talvez quem sabe eu encontre uma zumbizinha decente por ai que não queira me comer "começou a conversar consigo mesmo sem dar muita atenção para o que acontecia ao redor"

Cara, eu quero comer frango! alguem ai sabe onde tem uma daquelas franquias de frango frito? To com fome.... Preciso de comida e uma coca bem gelada.... nada de coisa zero ou light...

E ai eu troco meia dúzia de granadas por um balde de frango frito com molho de churrasco!

*porra sera que ninguém aqui entende que pouco adianta continuar a caminhar se nom fim vamos morrer de fome ou ser devorados por zumbis... qual a diferença? Morrer é morrer e prefiro ao menos morrer de barriga cheia *

Enquanto todos conversam e tentam acertar as coisas, a horda de zumbis que está na estrada se aproxima, ficando a poucos metros de todos. O soldado do BOPE joga para Spider uma pequena quantia de munição, e sério responde:

- Temos pouca munição, economize!

De repente, sai um soldado do exército da floresta, com máscara de gás lacrimogênio, sua arma presa na cintura, e um machucado na perna. Logo atrás dele, inúmeros zumbis começam a surgir da floresta, indo na direção dos carros.

Observando mais atentamente, a estrada esta repleta de zumbis, alguns entram para a floresta, outros saem dela.

Ah to com sono! Alguém ai tem um MP3? TO ficando de saco cheio dessa trilha sonora... Será que só eu que estou ouvindo Sweet Dreams? Prefiro ouvir um arrocha!

Cachorro louco pouco se importava com os Zumbis, estava de olho no veiculo blindado, cedo ou tarde iria dar um jeito de pilotar aquilo e quem sabe voltar pra casa dirigindo... Mas no momento não iria aparecer muito, afinal andar com policiais não era lá sua primeira opção.

E ai, já que to sem petróleo no carro, to achando que vou de blindado... Alguem ai me dá as chaves?

Assim que recebo a munição percebo que o lugar está impossível de se manter, temos que ser rápidos para fugir e encontrar um abrigo seguro, com alimento e munição.

Vendo que em pouco tempo estaremos cercados digo a todos:

- É hora de entramos no veículos dos soldados e correr daqui... Falo isso enquanto entro no caveirão com a arma empunhada e a munição guardada.

" Mas que merda é essa ? " - falou consigo mesmo Nascimento, antes de erguer seu fuzil e explodir a cabeça do zumbi mais perto da estrada. Daqueles que saíram da mata, estavam ele e os outros homens do Bope cobrindo os outros dois que estavam tirando a gasolina do carro dos estranhos.

- Todo mundo pra dentro dos blindados.... - berrou enquanto atirava somente quando tinha certeza de que iria matar aquelas coisas. Sua intenção não era ferir, era matar mesmo. E não deixaria seus homens pra trás.

- Se forem atirar, atirem na cabeça e economizem as balas. Quero todo mundo que saiba atirar cobrindo os dois com a gasolina

Ao ouvir as ordens do capitão empunho a pistola e fico próximo ao caveirão, e apenas atiro naqueles que se aproximarem demais do perímetro, aproveitando minha habilidade para mirar nas cabeças das criaturas, conforme a orientação.

Dominic não pensa duas vezes e joga-se dentro de algum veículo no qual houvesse espaço suficiente. Não sentia medo ou apreensão com a aproximação dos zumbis, mas não queria, de modo algum, desperdiçar seu precioso tempo arrancando couro morto de zumbis com as unhas. Não havia forma de sobreviverem àquele ataque se demorassem naquele local.

Enquanto observa tranquilamente o avanço dos zumbis e a ameaça iminente à vida de todos, o cérebro de Dominic trabalha, percorre os tomos de bioquímica dos tempos da faculdade, relembra todo o intrincado mapeamento do DNA humano, suas especificidades, as possíveis alterações cromossômicas conhecidas até o momento e calcula quais as possibilidades de uma mutação cromossômica ter sido o responsável por aquele circo de horrores. Sua mente voava pelas possibilidades, sem que conseguisse aportar em qualquer solo seguro.

Era frustrante não ter uma ideia clara do que ocorria, nem uma linha de pensamento sólida a seguir. Sentia que a garota - Asha - podia lhe fornecer algumas respostas adicionais, mas ainda não tivera tempo de conversar com ela. Ansiava por esse momento. Ansiava por suas respostas.

- Eu não sei atirar, meu trabalho é pensar.

Os zumbis estavam andando na direção dos veículos, mas quando o capitão Nascimento fuzilou com a cabeça do zumbi mais próximo, fazendo um imenso barulho, puderam perceber dezenas, na verdade, centenas de zumbis saindo por entre os carros, todos com os rostos deformados e ensanguentados.

Literalmente, o cerco estava se fechando, não havendo muito tempo para escaparem dali.

Os soldados do BOPE enfim conseguem esgotar o tanque do carro, mas para que o caveirão volte a andar, vão precisar da preciosa gasolina em seus blindados. Eles aceleram o passo, tentando colocar a gasolina o mais rápido possível.

Eram muitos zumbis próximos, outros soldados do BOPE começam a atirar nos que estão próximos, os acertavam na cabeça, mas isso deixava os zumbis com mais sede de sangue. Como se aproximaram muito rápido, alguns zumbis atacaram dois policiais do BOPE, mordendo o pescoço deles.

Aisha, que estava no carro do lado dos outros, levanta-se por alguns instantes e solta um tremendo grito;

- AHHHHHHHHHHHHH, olhem, olhem, temos que sair daqui agora!

Apontava aterrorizada para trás, onde haviam centenas de zumbis muito próximos do caveirão.

OFF - que porra é essa? O Kiko do Chaves ali com boné amarelo??

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- Fodeu-se....vamo andar com o que temos. TODO MUNDO PRA DENTRO DESSA PORRA.... - berrou

Nascimento entra dentro do caveirão procurando granadas ou uma arma que lance granada.
Tudo para poder afastar ainda mais esses zumbis do inferno

A situação piorou e muito, estávamos quase sendo cercados, se demorarmos mais um pouco seremos o alimento dessas aberrações. Já estava dando alguns passos para trás quando o capitão ordenou que todos entrassem no caveirão. Como um gato entro no veículo e fico procurando alguma fresta para observar a aproximação dos bixos.

Ainda em cima do caveirão, fico próximo a entrada superior, se fixando o maximo possivel preparado para qualquer solavanco, começa a dar pequenos murros no teto:
-VAMO ACELERAR SAPORRAE!

Essa não seria a primeira vez que eu ando em cima de um carro a mil por hora...Saudades de Bangkok...

Dominic observava todo aquele pandemônio com uma frieza fora do comum. A não-liberação de adrenalina no sangue pelo cérebro fazia com que sua reação instintiva de medo não existisse, assim sendo, aquilo não passava de uma cena normal. Por um lado, era bom... pois para um pensador, era importante manter a cabeça sempre fria e lúcida. De outro, porém, impedia que o instinto básico de sobrevivência, ligado pelo medo, pudesse agir de forma satisfatória.

Assim, enquanto todos entravam dentro dos carros, Dominic observava curioso a aproximação dos zumbis, como se estudasse seus movimentos, os padrões que descreviam, etc.

Só é despertado de seu devaneio pelo grito de Aisha. Então parece se dar conta de que, apesar da "beleza" do espetáculo, havia risco de serem comidos pelos zumbis. Estava se sentindo perdido em meio àquelas pessoas. Sua inteligência privilegiada parecia não ter qualquer serventia ali. Era frustrante entender, melhor do que todos os outros, como o universo funcionava, em toda sua plenitude, mas ter de simplesmente ficar sentando esperando que outros o conduzam. Seu lugar não era ali, no meio daquela fuga alucinada, seu lugar era em um laboratório, onde pudesse pensar, pensar e pensar.

"Que merda de lugar esse daqui. Pergunto-me o que me deu na cabeça quando decidi vir para cá. Agora estou aqui, morre-não-morre, come-não-come. Que merda!"



Manteve-se sentado aonde estava, ainda observando, esperando que os acontecimentos naturalmente se desenrolassem. Estava entediado.

Nem todos conseguiram sobreviver enquanto faziam o transbordo do combustível, a poucos segundos dois policiais haviam sido comidos pelos mortos-vivos, um outro policial enquanto fechava a porta foi pego e seu amigo, 07, tentando ajudá-lo foi mordido no braço, mas não conseguiu recuperar seu companheiro.

Assim que todas as portas são fechadas, podem ouvir um barulho de explosão, foi uma dinamite arremessada "Cachorro Doido", abrindo espaço para que o caveirão pudesse acelerar e conseguir uma boa distância dessas criaturas.

Dentro do caveirão estão:

O motorista
O capitão
3 soldados do BOPE
Uma mulher
O responsável pela dinamite
O lutador de MMA
Um rapaz jovem
Um nerd

Eram 10 pessoas dentro do caveirão, procurando uma forma de sobreviver, mas por onde passam apenas enxergam mortos-vivos, para todos os lados, não sabiam para onde deveriam ir.

O combustível não é o suficiente para sair da cidade, porém conseguem chegar até a base do BOPE para conseguir armamento, munição, mantimentos e combustível.

*Sono* Era a unica coisa que se pensava por sua mente alem de fome. Cachorro Louco pos sua cabeça de lado encostada em algum canto.

-Vamos fazer silencia aqui nessa porra! se não tem comida ao menos me deixem dormir...

Como era chato esse maldito filme...

Dominic estava incomodado com a quantidade de gente no local. O burbirinho, de certa forma, abalava até mesmo sua férrea concentração. Estava começando a se sentir irritado e impaciente, e nada de resolverem alguma coisa. Estava louco pra ir a algum laboratório trabalhar em paz ou, se não fosse possível, gostaria de pegar o primeiro avião para casa.

Aquele não era lugar para um gênio como Dominic. Estava se perdendo ali, desperdiçando tempo e sua rara inteligência apenas correndo de zumbis maltrapilhos.

- Existe algum laboratório aqui por perto onde eu possa continuar o meu trabalho? Ou quem sabe um aeroporto com algum avião partindo para os EUA que possa me levar para casa?

Casa ? Acha mesmo que vamos encontrar um avião pronto pra partir nos esperando no aeroporto? Com um piloto deitado em uma rede calmamente fumando seu charuto a espera de clientes ?
Ue bora llá já q não consegui dormir quem sabe o piloto me dá uns charutos cubando ?


Eu conheço um lugar desse tipo ai lá em Cuba. .. se me arrumar um avião eu piloto de olhos vendados mãos amputadas e pernas amarradas