You are a Pirate!
Século 16
Caribe.
Águas claras, um lindo espelho azul, dando a impressão de que poderia facilmente deitar ali e que, caso afunda-se, seriam poucos metros de água até o solo de uma areia tão branca que parecia ter sido pintada.
Uma paisagem paradisíaca,que infelizmente contrastava com o estado atual de 4 navios piratas que navagam por ali e suas tripulações.
Todos os quatro haviam sido pegos numa emboscada, cercados por 10 naus de uma linha, Dois pela proa, três a boreste e três a bombordo, além de mais duas que se aproximavam a todo pano pela proa, não havia como fugir, principalmente para Fender, Lena e Victor, que se encontravam no pesado Fluyt de três linhas, assim como René e Athus, na caravela de duas linhas, com seu contratante. O único com um pouco de chance de fuga era Jack, com seu veloz clipper, de uma linha, sendo o mais rápido, que ia frente, com uma agilidade fora do comum de seu timoneiro, ele fez uma curva incrível, e conseguiu se evadir do bloqueio, enquanto disparava seus poucos canhões. Devido a sua velocidade, os canhões não conseguiam acompanhar seu movimento, mirar e disparar, acertando-o de maneira que causasse algum dano, aproveitando a brecha, o pequeno clipper, Falcão da Noite, rapidamente se distanciou, alguns metros, em uma zona segura de tiros, aparentemente fugindo da batalha.
As coisas não seguiam tão bem para a caravela Santa Lupita, assim como o Fluyt Revanche de Mary. Mesmo após alguns xingamentos de Lena para o Jovem Jack, a qual era chamado de covarde pela mesma, rapidamente ela voltou aos seus problemas atuais.
Seguindo ordens, todos os marujos rapidamente tentaram se aproveitar que as naus inimigas se encontravam de frente para os mesmos e, começaram a disparar seus canhões contra a proa das embarcações nas laterais. Embora fosse uma ataque desesperado, três naus, duas a bombordo e uma a boreste foram a pique.
Embora tivessem criado a abertura a bombordo, as duas naus a frente terminaram suas manobras, e começaram a abrir fogo, causando grandes danos ao Fluty. Numa manobra ainda mais ousada, Santa Lupita e Mary fizeram drásticas curvas, quase indo a pique, e abrindo fogo contra as outras duas naus, levaram a pique uma das embarcações, porém, as outras duas chegaram, e também se preparavam para abrir fogo.
Era o fim, mas ao menos cairiam lutando.
Todos estavam muito concentrados em atacar uns aos outros, para perceberem que o pequeno Falcão retornara a todo pano. Após fazer a volta a uma distancia segura, o pequeno Clipper abalroou a última embarcação a bombordo, enquanto alguns de seus marujos saltavam para dentro da nau inimiga, o pesado Fluyt ia a pique, enquanto seus tripulantes, saltavam para dentro da Santa Lupita. Infelizmente nem todos conseguiram saltar, o que ocasionou grandes baixas.
Na Santa Lupita, as notícias não iam muito bem, apesar de terem conseguido saltar para a caravela, descobriram que ela não tinha capacidade belica para resistir a mais uma onde de ataque, muito menos para escapar, devido aos seus danos. A unica chance era, aproveitando-se do caos causado pelo Falcão, abalroar a ultima embarcação, e assim seguir em fuga o mais rápido possível.
O ataque foi feito de maneira selvagem, a sobrevivência estava em jogo, e então, todos juntos, depois de vários dias sem tocarem o mesmo deque, os seis lutaram.
-Porque demorou tanto seu rato imundo?!? -Disse lena, enquanto atirava em um inimigo e esfaqueava um segundo -
Victor amaldiçoou até a sua quinquagésima geração!
-Eu deveria pendurar suas tripas no mastro seu cão!! - Disse Victor, enquanto enfiava suas duas espadas na barriga de outro inimigo, fazendo difícil saber se ele falava com o inimigo ou com Jack -
Você acha que eu não vi você fugindo igual a um covarde?-Eu realmente vim salvá-los - Dizia o jovem, cortando a garganta de seu adversário
- Um pouco de gratidão não mataria vocês!A batalha seguia ferrenha, os barcos inimigos não disparavam mais, porém, mais e mais inimigos invadiram o deque. A sorte do pequeno falcão era estar atrás da nau, protegendo-o dos tiros.
Era uma batalha perdida, mais da metade das tripulações, do falcão e de santa lupita, assim como os remanescentes da revanche, já havia perecido, percebendo isso, Fender grita para todos se retirarem para o pequeno falcão. Era a última saída.
Após isso ele para, imóvel. Na pior das horas, ele tem um ataque de esquizofrenia.
Ele não consegue se mover, apenas alucina, sendo cercado pelo inimigo. Num gesto aparentemente rápido de lucidez, ele acende uma pequena bomba que trazia consigo, enquanto diz "Senhores, foi um prazer" se explodindo no deque logo em seguida, mas levando muitos inimigos com ele.
Todos correm para o Falcão, mas o inimigo se aproxima cada vez mais.
O último, mais atrás de todos é Jack, ele percebe que os inimigos tentarão atravessar também, então, sacando suas duas espadas, ele começa a cantar:
-Fazer o que quiser, porque um pirata é livre...Você é um pirata!Diz correndo sozinho em direção ao inimigo que se aproximava.
-Yar har, fiddle dee di, Ser um pirata é certo pra mim,Fazer o que quiser, porque um pirata é livre...Você é um pirata!Bate a espada no pescoço do primeiro que se aproxima, cortando sua cabeça.
-Yo ho, ahoy e avast, Ser um pirata é realmente foda! Pendurar a bandeira preta na ponta do mastro! Você é um pirata!Enfia a espada na barriga do próximo, enquanto com a outra defende um golpe vindo de outro inimigo.
-Nós temos um mapa! Para nos conduzir a uma caixa escondida...Que é toda trancada com fechaduras! E enterrada bem longe!Empurra o inimigo com o punho da espada, abrindo a guarda do mesmo, faaz um corte horinzontal no inimigo, e aproveita para acertar o proximo. Porem, recebe uma bala na barriga.
-Vamos desenterrar a caixa, sabemos que está cheia de saques preciosos! Explodir, abrir as fechaduras! E então nós diremos hooray!Outro inimigo avança, e dessa vez, ao bloquear sua espada quebra, mesmo com o caco, ele corta os olhos do inimigo, mas recebe um golpe nas costas, se vira, atravessa o coração do inimigo com sua outra espada, que fica presa. Ele pega outra no chão, mas não aguenta e cai, de costas, devido aos danos.
Sentindo a morte, sua mente viaja, se lembrando de seis meses atrás, quando todos os seis estavam no convés do mesmo navio, animados para o começo da aventura, seu contratante, um homem rico, os juntara num majestoso barco, e deixara-os festejando toda uma noite, enquanto os mesmos cantavam juntos:
“Estamos navegando (zarpar!)
A aventura espera em cada costa!
Iremos zarpar e explorar (ya-har!)
E correr e pular todos os dias (yay!)
Nós flutuamos em nosso barco (o barco!)
Até na hora de soltar a âncora
Então pendurar nossos casacos (aye-aye!)
Até que nós naveguemos outra vez!”
Lena percebe que Jack ficara para trás, mas já não há nada que possa fazer, enquanto se afastam no que fazia a volta, podem ver, do chão, um braço erguido, com a espada em riste, para o céu, balbuciando suas últimas palavras, antes de deixar o braço cair molemente, enquanto a vida se esvaia daquele corpo:
-C-céu… az-zul acima e o-oceano a-azul abaixo...E-EU SOU UM PIRATA!FIM