Vallen Schneider - A diferença entre conhecimento e sabedoria

Já fazem varias estações desde quando Vallen foi obrigado a deixar sua terra natal, percorrendo inúmeros caminhos, alguns mais tortuosos do que outros, para sobreviver por conta própria, ja tendo conhecido a capital e ficando abismado com seu tamanho e esplendor, mas hoje, encontrasse novamente vagando, em uma pequena vila no noroeste do continente, próximo as cidades porto dos anjos negros, uma raça que nutre um desgosto muito grande pelos humanos como um todo, mas tendo uns poucos que decidiram ainda manter alguma relação comercial com eles.

Ja era manhã, estava em uma pequena hospedaria, ainda com pouca luz lá fora e o quarto continuava com o mesmo mal cheiro da noite anterior quando dormiu, se sentindo pesado pela noite mal dormida. Ao despertar, sentia o velho incomodo do braço, formigando na altura do ombro, precisando fazer os pequenos cuidados matinais de sempre para mantê-lo funcionando corretamente.

No quarto havia uma bacia com agua, um prato com três frutas, uma maçã e duas outras amarelas que não conhecia de aparência estranha, e um espelho. Ao se aproximar do espelho, Vallen percebe que o espelho estava embaçado, coisa estranha pois não havia uma mudança tão diferente de temperatura e a agua estava natural. As velas do quarto já estavam apagadas, mas mesmo assim podia ver que algo estava estranho em seu reflexo, algo lhe chamando a atenção.

[off: bem vindo a campanha =) relaxa, os posts com o tempo melhoram, fiz meio na pressa mas ja começou hehehe]

-Huuaaaa! Vallen bocejou e se esticou na cama, com os ossos rangendo e estalando em protesto por mais uma noite mal dormida. Sentou-se na beirada da cama ainda exitante em levantar e pôs-se a "trabalhar" em seu braço. Tudo estava perfeito e funcionando bem, os Mekânicos eram bons noque faziam e apesar do que muitos magos pregam, eles sabiam bem oque estavam fazendo e seus feitos ajudaram muita gente como Vallen. O mago não era nenhum defensor da arte da mecânica, mas sabia que ele tinha seu lado positivo...

Levantou-se e foi até as frutas, pegou a maçã e deu uma mordida para em seguida depositar a fruta sobre a bancada onde estava o espelho.
Olhou e encarou seu reflexo; Ele estava estranho, com a imagem turva e embaçada. Vallen estranhou pois a temperatura se mantinha estável, apertou os olhos, afinal podia ser efeito do sono que ainda sentia, encheu as mãos de água e levou ao rosto, sentiu a barba por fazer, algo que lhe dava uma aparência relaxada e descuidada, mas não era hora para se preocupar com isso. Voltou a encarar o reflexo, a imagem ainda estava embaçada.

Voltou a abaixar a cabeça e lançou mais água ao rosto.-Se veio pra me levar pro inferno entra na fila. O mago debochou e riu sozinho. Um espelho embaçado não era suficiente para assusta-lo; possivelmente era o efeito de mais uma oscilação na rede de mana... Algo que já estava se tornando bem frequente, um fato preocupante para todos, principalmente para os magos, mas de certa forma bem comum nos dias atuais.

As duas mãos estavam apoiadas na bancada e a água escorria pelo rosto, enquanto Vallen encarava o estranho reflexo tentando sentir as energias ali e entender a causa daquele fenômeno.

Por alguns instantes Vallen ficou a encarar o reflexo, ainda borrado e sem nitidez. A agua estava relativamente agradável, limpando aquele sono de seu rosto, vendo que realmente estava acordado.

Quando começou a tentar sentir as energia, algo inédito para Vallen começou a ocorrer, pois sentia suas energias sendo sugadas e a direção vinha do espelho, como se a própria alma de Vallen estivesse deixando seu corpo.

As gotículas de agua no espelho começam a se juntar e a escorrer, revelando a imagem que tanto o preocupou. Era ele próprio, mas totalmente distorcido, enegrecido como se fosse feito de pura sombras, encarando-o com olhos vazios.

As pernas e mãos de Vallen não respondem, estava paralisado, sua energia sendo drenada, inclusive de sua gema no braço. O reflexo então se aproxima mais do espelho, tentando tocar o vidro, como se quisesse passar por ele. Um panico profundo toma conta do mago, sentia que não poderia deixar aquilo acontecer de forma alguma, mas estava incapaz de reagir.

Em sua vida como mago, Vallen já havia visto e lido sobre coisas estranhas e alguns fenômenos considerados por muitas pessoas como coisas sobrenaturais e extraordinárias, eram banais e tinham uma explicação simples para ele. Mas desde que começou a investigar sobre as recentes oscilações e distorções na camada de mana, o mago se deparou com fenômenos realmente estranhos.
Nunca foi de se assustar, mas aquela sensação o deixou apavorado. Era algo novo, algo que nunca tinha provado... Vallem foi tomado por um sentimento de pavor que nunca provara antes. A sensação de impotência, de estar fraco, sendo "sugado" e não poder reagir, a sensação de debilidade ao tentar entender aquele fenômeno e fracassar... Era tudo muito frustrante.

Ele se esforçava, tentava ao máximo se libertar daquele fenômeno, as pernas tremiam, o braço mecânico apertou tão forte a bancada que parte dela se quebrou e sem perceber o mago estava segurando-se em nada mais que um pedaço soldo de madeira que era esmagado em sua mão...

-CHEEEGA! O grito veio com uma "explosão de energia" que de reuniu as forças restantes no mago em um soco que atingiu o espelho com a mão direita (a mão boa).

Aquelas eram as ultimas forças de Vallen, reunidas em um soco contra aquela imagens obscura, atingindo em cheio o espelho, se fragmentando mas a pancada não foi forte o suficiente para quebrar por completo o espelho e sim racha-lo em vários fragmentos grandes, distorcendo seu reflexo assombrado.

Das rachaduras do espelho, começa a escorrer uma gosma preta, densa, parecia piche, subindo em seu braço após o impacto, pois não conseguia tira-lo do espelho. Era uma sensação horrível, sentia que era magia sombria, de um frio imenso, sentindo que adentrava em sua carne, numa dor dilacerante, sendo possível notar que em alguns momentos a gosma parecia uma mão enquanto subia pelo braço, sem forças para combate-la.

Logo ela chega no ombro e tronco, sentindo que ela se dirigia ate suas vísceras, congelando tudo que ela tocava. Enquanto prosseguia por seu tronco, sente como se seu braço estivesse deixando de existir, desaparecendo conforme ele se fundia com a gosma. Ganhando força, ela começa a escalar o pescoço e logo chega ao queixo e orelhas, entrando pela boca, com um gosto de podre horrível.

Vallen começa a perder os sentidos, seu corpo já não sentia mais, dominado pela sombra, a boca, ouvidos e nariz inundados por ela ja não diziam mais nada para ele, os olhos foram os últimos a serem cobertos, vendo o reflexo deixar o espelho em sua direção, levando a mão nos olhos do mago. Tudo escurece.

O mago sente algo em seu rosto novamente, era a agua escorrendo. Ainda estava de pé, em frente ao espelho intacto, mas dessa vez podia se mexer livremente, sentindo um peso grande no corpo, como se ainda estivesse acabando de acordar...

Aquela sensação estranha tomou conta do mago, medo, incomodo, fragilidade, pavor... Uma infinidade de sentimentos diferentes o dominavam enquanto o mago era subjugado pela gosma negra. Quando tudo escureceu, Vallen achou que era o fim e se entregou, mas oque aconteceu foi ainda mais estranho.
O mago abriu os olhos e estava parado diante do espelho, aparentemente intacto, olhou a sua volta, olhou seu corpo e voltou a encarar o espelho... Não encontrou nada, aparentemente nada havia acontecido.

Vallen se apressou em arrumar as coisas, vestiu o sobretudo que escondia o braço mecânico, pegou suas coisas e se precipitou pela porta.
Saiu do quanto e desceu apressado pelas escadas para parar diante do balcão onde ficava o responsável pela estalagem.

Por ser um viajante ja experiente, Vallen não possuia inumeros materiais para carregar, sempre levando o necessario consigo, algo que se tornou valido naquela pressa em sair, juntando rapidamente toda sua bagagem e deixando o quarto, vendo um corredor deserto como era de se esperar a aquela hora.

No entando, ao chegar na recepção, notou que haviam sinais de que deveria haver alguem ali, tais como um pão mordido e chá ainda quente encima de uma mesinha, mas no momento não tinha. Do lado de fora, foi possivel ouvir um estranho falatório e foi possivel visualizar de uma janela que uma pequena multidão estava se formando.

Tudo muito estranho; a "visão" no quarto, a estalagem aparentemente vazia e agora aquele burburinho la fora.

-Oque em nome de Kilt está acontecendo nesse lugar?! Preocupado o mago sussurrou apenas para sí enquanto se esgueirava até a janela para tentar ouvir oque se passava la fora sem ser visto.

Vallen era um viajante e sabia pela experiência que quando ha algo de errado em lugares pequenos e distantes como aquele, os forasteiros são os primeiros a terem os dedos apontados em sua direção. Isso quando não são tochas ou armas...

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OFF: Fiz uma referência ao deus Kilt (Kilt - Deus do Caos, da Travessura e das Crianças segundo o manual) para fazer analogia ao Caos e a "bagunça" que o Vallen está envolto desde que acordou... Não achei nada muito específico sobre os deuses nos seus tópicos, caso tenha algum problema é só dizer. Exclamation

Da janela onde estava, Vallen não conseguia distinguir exatamente o que estava acontecendo, parecia que tinha um cavalo sujo de viagem e um homem, caido ao seu lado, com uma expressão de terror estampada na face.

A pequena multidão que ja começava a se formar dificultava entender exatamente o que o homem balbuciava naquela distância, ouvindo as vozes das pessoas próximas dizendo algo como "vila" e "fantasmas", mas os comentários dificultavam uma clareza de sua percepção.

Num dado instante, o recepcionista da estalagem onde estava decidiu se afastar das pessoas e correr para dentro, apressado pegando uma jarra com agua, vendo Vallen e fazndo um aceno com a cabeça para que fosse la fora, apressado de mais para perder tempo com palavras.

Escondido atrás da janela o Vallen não pode ouvir muita coisa, mas felizmente ouviu e viu o bastante para crer que não corria nenhum risco em sair la pra fora; hipótese essa que se confirmou quando o dono da estalagem entrou e acenou para ele.

O mago então saiu pela porta para compreender melhor o que tinha ouvido. Fantasmas?.. Vila?.. Oque aquele homem tinha visto? Oque estava tentando dizer?

Se esgueirou pelo meio das pessoas até chegar perto do homem, então, se abaixou perto dele:

-Fique calmo meu bom homem... Só agora Vallen pode notar o estado deplorável do sujeito. Junto dele estavam o taberneiro com a água e uma outra pessoa que Vallen não reconheceu. -Respire fundo e tente dizer o que viu.

Ao se aproximar, Vallen teve a certeza que de algo muito estranho havia acontecido com aquele homem, pois além de seu estado deploravel, ainda era possivel sentir um resquicio de energia magica emanando dele, não como se ele fosse um mago mas sim que esteve em algum lugar com um desequilibrio magico.

Ao se aproximar mais, a situação teve seu climax com um efeito que não soube explicar exatamente o que aconteceu, mas houve uma "descarga" de energia entre Vallen e o homem, como um relampago escuro, por um breve momento, mas o suficiente para fazer todos darem um salto para tras e uma velha gorda desmaiar.

Aquela energia da sobrecarga foi muito familiar para o mago, semelhante a que havia sentido no quarto instantes antes, uma energia pesada e carregada, que fugia de seus conhecimentos magicos e mostrava ser poderosa.

As pessoas ao redor abriram a roda, esperando alguma reação deles ou pronunciamento, sendo possivel ver alguns homens ja segurando os cabos de espadas e pedaços de páus. O homem, caido, estava se mijando de medo após o choque e parecia que demoraria algum tempo ate que pudesse voltar a si e conversar novamente.

Quando se aproximou do homem Vallen foi surpreendido por aquele acontecimento estranho. Fazia algum tempo que ele estava em viagem investigando as oscilações na fonte de mana e de tudo o que viu e sentiu aquela energia era a mais estranha e poderosa. Era algo que o Vallen não conseguia entender e que por isso o deixava meio impotente diante dela.

O mago, que vinha se agachando ao lado do homem, caiu sentado após a descarga de energia e olhou instintivamente para a multidão onde viu alguns homens com as mãos nas espadas e rostos nada amigáveis mas que ainda pareciam confusos e incertos do que fazer.
Pensando rápido ele fingiu uma dor no braço direito, se apoiou no outro e voltou a se agachar próximo ao homem, mas mantendo uma distância segura agora.

-Esse homem parece estar sobre o encanto de algum feitiço ou bruxaria. Ele tentava parecer o mais natural possível para tentar convencer o povo de que não representava nenhuma ameaça. -Há algum sacerdote, mago ou clérigo na cidade? Seu olhar agora era direcionado ao dono da estalagem. -Alguém precisa ir busca-lo o mais rápido possível. Terminou olhando os observadores a sua volta.

Vallen sabia que tinha de investigar aquilo, mas não tinha ideia de por onde começar então lembrou-se de que todos os lugares, mesmo os menores e mais longínquos, possuem algum tipo de sacerdote ou mesmo uma velha curandeira, alguém que tem grande sensibilidade as correntes de mana. Muitos não passam de meros sensitivos mas conhecem bem os fenômenos que ocorrem em sua região, por isso talvez esse fosse um bom ponto de partida e com sorte essa pessoa ainda o livraria dos olhares curiosos das pessoas.

Voltou a encarar o dono da estalagem.

-Temos que tira-lo da rua sem tocar nele.

Ele continuava calmo e agindo naturalmente, mas por via das dúvidas seus olhos buscavam, nas ruas e becos, um ponto por onde pudesse escapar caso fosse preciso usar o teleporte e correr; Afinal, Vallen sabia que era uma manobra arriscada aquela, podia não convencer os moradores e o tal sacerdote ou mago, se existisse, poderia ser algum fanático e incitar a multidão contra ele... Vallen tinha de estar preparado, pois seu plano inicial era uma faca de dois gumes.

A pequena multidão parecia meio incrédula sobre o que foi dito, mas pelo menos ninguém decidiu ataca-lo. Alguns se entreolharam, como se procurassem ali por algum mago ou sacerdote, enquanto que outros viraram as costas e começaram a se afastar, tendo perdido aquela curiosidade inicial.

Mesmo tendo sido avisados, houveram dois homens que pegaram um de cada lado nos braços do homem e o levaram para dentro da estalagem e surpreendentemente dessa vez não houve nenhuma reação estranha, inclusive quando o homem acabou ficando um pouco mais perto de Vallen do que quando tomou aquele choque, sem causar um novo.

Após alguns minutos, um homem se aproxima acompanhado de uma mulher, dizendo que aquela era uma maga, carregando um cajado.

- Preciso que todos saiam exceto esse homem... - Disse ela, com voz firme, se referindo a Vallen.

O mago ainda tinha um olhar apreensivo enquanto a multidão se dispersava mas disfarçava bem. Quando os homens pegaram o cavaleiro ele temeu pelo pior, pois mesmo sabendo que não afetaria em nada às pessoas normais e que o "gatilho" daquela reação de agora a pouco foi ele, Vallen tinha dado um aviso que foi totalmente ignorado, oque significava que não confiavam nele ainda e podiam se voltar contra ele a qualquer momento.

Esperou o resto das pessoas se dispersarem e seguiu para dentro da estalagem atrás dos outros, mas antes fez uma breve pausa na porta e esquadrinhou as ruas, janelas e becos ao redor a procura de algum suspeito... Sem seguida adentrou o lugar e se pôs ao lado do "viajante" e pôs-se a examina-lo.

Citação :: - Preciso que todos saiam exceto esse homem...

Vallen só percebeu a chegada da mulher quando ouviu a sua vós; parou e levantou a cabeça para olhar para ela, se deparando com alguém bem diferente do que ele esperava para uma região como aquela.
O mago esperava por um velho Xamã careca, uma velha bruxa corcunda, ou mesmo um padreco magricelo; mas tinham lhe trago uma maga de verdade. Alguém que aparentava ter algum conhecimento e poder.

Ele se levantou e deu um passo para o lado se afastando do homem e deixando o lugar para caso a mulher quisesse se aproximar para examina-lo.

-Pode me explicar oque está acontecendo aqui? Disse de forma seca e meio rude.

[off: veeeeio, pq tu nao me mandou pm ??? atualizei do povo e esqueci d vc =X ]

Naquele momento estavam na sala apenas a mulher, Vallen e o homem apavorado de mais para entender ou falar algo, então era uma oportunidade que a mulher não perdeu tempo em começar a questionar Vallen, ignorando sua pergunta.

- POR MELKIOR !!! Por que você chamou um mago sendo um!? Não consegue nem sentir o que esse homem tem? Olha a perna direita dele mas não encosta!

Era possivel ver, por um rasgo na calça, por baixo das roupas, que a pele do homem estava se tornando escura, preta como a mais escura das noites sem lua e estrelas. Olhar aquilo trouxe novamente aquele flash do sonho que teve naquela mesma manhã, havendo semelhança entre aquilo e a imagem que viu no espelho.

- Como eu detesto aventureiros... -Resmungou a mulher em voz baixa, se voltando para Vallen - A vila de onde esse homem veio foi tomada por essa coisa ja faz alguns dias, do dia pra noite. Quem passa por la diz ter visto sombras andando e fazendo um som parecido com um uivo ou choro, sendo que todos que não tem aptidão magica e vão pra la, so de estarem perto acabam sendo contaminados. O pior, basta um toque e outra pessoa se transforma...

Enquanto a mulher falava ela acende uma cigarrilha, dando uma olhada pela fresta da janela para ver como estava do lado de fora e se havia algum bisbilhoteiro. Sua voz era firme e autoritária, de alguem que deveria ter bastante poder e conhecimento, fazendo Vallen se lembrar de seus mestres. Ela então se aproxima novamente, com os braços cruzados, ainda com a cigarrilha acesa, dizendo de forma seca e direta.

- Bom, se deixarmos ele assim mais dez minutos, mesmo ele estando longe de la, vai se transformar por completo e mais uma vila vai desaparecer nas sombras... Você o mata ou eu faço isso? Com magia, por favor, não vamos sujar o lugar...

OFF: Nem me toquei de mandar MP. Razz

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Citação :: - POR MELKIOR !!! Por que você chamou um mago sendo um!? Não consegue nem sentir o que esse homem tem? Olha a perna direita dele mas não encosta!

A mulher era mais do que Vallen esperava; Falava com autoridade e confiança de quem domina o assunto e tem grande poder.

-Viajei por quase todo o continente e ví coisas de veras estranhas, no entanto isso é novo para mim.... Ele estava se aproximando para olhar a perna do homem. -Pelo que sei nem mesmo os grandes magos da capital tomaram conhecimento de algo assim.

Ele se agachou e examinou a marca.

Citação :: - A vila de onde esse homem veio foi tomada por essa coisa ja faz alguns dias, do dia pra noite. Quem passa por la diz ter visto sombras andando e fazendo um som parecido com um uivo ou choro, sendo que todos que não tem aptidão magica e vão pra la, so de estarem perto acabam sendo contaminados. O pior, basta um toque e outra pessoa se transforma...

Lá estava mais uma prova de que tinha tomado a decisão certa em mandar chamar outro mago.

- Em minhas viagens aprendi que ninguém melhor do que um "mago nativo" para compreender e explicar os fenômenos de sua região.

Ele se levantou e ficou de frente para a mulher no momento em que ela terminava o discurso proferindo a sentença do homem.

-Não vim aqui exterminar pragas. Saiu da frente do homem e foi até a janela. -Faça oque quiser com esse infeliz. Havia um tom de desprezo na vós do mago. -Não é problema meu.

Vallen se voltou novamente para ela e agora era ele quem cruzava os braços.

-Eu me pergunto; oque mais a grande feiticeira sabe? Oque significa essa marca? E o mais importante: Quem está por trás disso?

Citação :: -Faça oque quiser com esse infeliz. -Não é problema meu.

- Que seja...

A mulher se aproxima do homem sentado e deixa sair um sussuro, dizendo "me perdoe...", tão logo esticando ambos os braços, com as palmas das mãos viradas para o homem. A maga começa a pronunciar algumas palavras de dois feitiços, inicialmente um que Vallen ja tinha visto anteriormente, que induz a vitima em um estado de sono profundo, enquanto o outro possuia elementos de um feitiço misto de ataque e proteção, algo incomum de se ver.

O homem adormeceu rapidamente conforme o primeiro encantamento surtia efeito, fechando os olhos e deixando braços e cabeça cairem. Logo depois o homem começa a adquirir uma coloração um pouco mais azulada e logo pequenas chamas azuis vão surgindo ao longo de seu corpo.

No entando, Vallen sente algo como um pulsar de mana vindo do homem, da perna dele e um grito agudo é ouvido. Seja o que for aquilo na perna do homem, rapidamente se espalha por todo o corpo, transformando-o numa sombra viva. A maga não se move ou se espanta, ela firmemente continua a recitar o encantamento, sendo visivel ver que estava tendo um esforço maior.

A criatura tenta se levantar, sendo a cada instante coberta por aquela chama palida, esticando o braço em direção a Vallen. Como cinzas levadas pelo vento, ela começa a ir desaparecendo, sumindo por completo e deixando apenas uma marca escura no chão. A maga, visivelmente cansada, procura uma cadeira e se senta, buscando em sua pequena bolsa outro cigarro.

- Aqueles porcos velhos da capital ja sabem sobre isso e tiveram a mesma postura que você. "Isso não é problema nosso", disseram eles. O show de horrores que você acabou de presenciar esta acontecendo naquela vila e da mesma forma como esse homem chegou aqui e poderia espalhar isso, pode ir pra qualquer direção e possivelmente se tornar uma epidemia por todo o Reinado. Como falei, quem não tem apitidão magica, não dura alguns minutos lá, mas você... Bom, você é o primeiro mago que passa por aqui em semanas, talvez possa ser util, se não tiver medo do que acabou de ver... - A mulher da um sorrisinho, desafiando o mago, enquanto traga seu cigarro e começa a voltar ao normal.

Vallen acompanha a cena com um misto de espanto e curiosidade acadêmica. Ao mesmo tempo que seus olhos acompanhavam a "criatura", seus ouvidos capitavam as palavras da feiticeira e sua mente tentava decora-las.

Quando ela terminou o mago se aproximou do homem e ficou analisando o corpo.

Citação :: - Aqueles porcos velhos da capital ja sabem sobre isso e tiveram a mesma postura que você. "Isso não é problema nosso", disseram eles.

Ele deu um meio sorriso fingido, enquanto balançava a cabeça em desaprovação.-Hunf! É bem o estilo deles. Vallen os conhecia relativamente, por mais de uma vez foi usado e manipulado no eterno jogo de poder e politica dos grandes magos da capital e sabia dessa tendência que eles tinham em encobrir tudo que fosse contra os interesses deles.

Já o resto das palavras dela o animaram de verdade, pois o mago já pretendia ir até a misteriosa vila e agora parecia que agora teria ajuda, ou ao menos alguma informação útil.

-Digamos que eu decida investigar isso... Ele voltou a olhar pela janela. -Oque exatamente devo esperar encontrar nesse lugar e como acabo com eles?

A mulher da uma tragada longa, ouvindo Vallen questionar sobre o lugar, se deixando soltar um leve sorriso ao ver que parecia que havia despertado o interesse do viajante arcano.

- Eles...ou isso... ou seja la como preferir se referir a essas aberrações. Pelas informações que possuo, eles são lentos, não possuem nenhuma habilidade aparente que não seja fazer qualquer um se borrar de medo e tentam agarrar qualquer coisa que se mecha... Ai, meu amigo, é que mora o perigo, pois uma vez que te tocarem, você sera infectado e se transformara em um deles...

Ela termina de falar e traga bastante dessa vez, deixando muita fumaça sair com um leve assobio na forma de uma pequena nuvem de fumaça que se formou em sua frente. Aparentando estar um pouco melhor, a maga se levanta e chama o mago, indo em direção a porta.

- Haja o que houver, não olhe nos olhos deles e fique junto comigo...

Então a maga abaixou a cabeça, pegando algo em sua bolsa e segurando forte, com a mão fechada encobrindo aquela coisa, podendo ser percebido que ela carregava com forte energia mágica aquele objeto.

Abrindo a porta, a maga começou a andar lentamente, ainda de cabeça baixa, nem olhando para as pessoas pelas quais passava, que por sua vez, pareciam estatuas, petrificadas no lugar, buscando evitar de toca-las em seu trajeto. Não, não eram apenas as pessoas, parecia que tudo estava parado naquele instante, crescendo uma curiosidade em Vallen como uma fogueira em palha seca, tendo que resistir para que não cedesse a tentação.

[off: cara, preciso que você faça um teste usando o rolador de dados da resposta aqui, um teste de Habilidade, tanto pra passar sem tocar neles como pra evitar cruzar o olhar com algum deles...]

A mediada que a mulher falava o mago ficava cada vez mais curioso. A retirada do objeto de dentro da bolsa foi o ápice e ele quase não pode se conter, estava dominado pela curiosidade e o desejo de ir mais além naquela trama misteriosa.
O ombro formigou na proximidade do braço mecânico e ele desviou o olhar da mão da feiticeira, para examinar o braço. O encontrou intacto, protegido e escondido sobre a manga do casaco e a luva branca... Mas ainda formigava, e isso nunca significava boa coisa. Nos últimos anos aquele braço tinha se tornado uma espécie de sensor de perigo, sempre que formigava era sinal de que o mago teria problemas... Jamais tinha se enganado.
Vallen pensou sobre isso, mas a curiosidade foi mais forte, ignorou o formigamento e seguiu atrás da mulher. Quando se aproximou dela, abriu a boca para perguntar sobre o objeto, mas se segurou ao se deparar com aquelas "pessoas". Não era hora de falar e as perguntas teriam de ficar para depois, por isso o mago apenas se calou e seguiu atrás da feiticeira evitando as outras pessoas.

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OFF: Mam, tu não disse o dado então supus que fosse o D20...

Outra:É um teste só né?! Ou um pra passar e outro pra não olhar? Bom, se tiver que rolar outro me diz lá no OFF que eu faço.

PS: Maus o sumiço velho... O TCC tá fodendo com a minha vida. Neutral

O membro 'Lord_Rasler' realizou a seguinte ação: Dados

'd20' :
Vallen Schneider - A diferença entre conhecimento e sabedoria D20

Resultado : 7

Para um improviso como aquele e sendo pego de surpresa, até que Vallen se saiu habilidoso em cumprir com o que lhe foi requisitado, mostrando coordenação em avançar ao mesmo tempo que evitava os olhares.

Uma vez que chegaram ate um ponto onde haviam poucos observadores, a mulher parou e se virou, pegando com a outra mão uma pena branca em sua bolsa, dizendo com um tom de voz baixo mas ecoando de forma sobrenatural "se comporte naturalmente..." enquanto levantava a pena para proximo de sua boca, dizendo algumas palavras, levando a pena a entrar em combustão com uma chama azulada.

Aquele efeito que prendia as pessoas se desfez e em vez delas darem continuidade no que faziam, todas começaram a andar com olhares vazios, como se estivessem em transe, dispersando aquela multidão de forma silenciosa. Para o mago, parecia que ela tinha usado uma parecida com a magia de induzir sono, mas com um alcance razoável e com bom domínio em sua execução.

- Ja deve ter percebido que não sou do tipo de maga de ataque, né, por isso que não cuidei desse assunto pessoalmente... Começou ela a dizer mais naturalmente, novamente com a voz normal, enquanto guardava aquele pequeno item desconhecido novamente em sua bolsa - Ah, e nao se preocupe, eles vão achar que tiveram um pesadelo ou algo parecido, então vamos aproveitar e ir para minha loja...

Disse a maga, ja se adiantando e seguindo rumo a seu estabelecimento, o unico lugar realmente confiavel para se encontrar poções, ervas variadas e alguém que realmente soubesse avaliar um item, seja mágico ou não.

Se sentando confortavelmente na poltrona vermelha que ficava a frente do balcão, a maga cruza as pernas e dá uma boa olhada em Vallen, examinando-o como se ele próprio fosse um item magico ambulante, dando um leve sorriso quando foca seus olhos no braço dele.

- Você é um homem bem discreto, senhor... Ela fez uma pequena pausa, aguardando que se apresentasse. - Quase não é possivel notar seu braço... Se importaria em contar um pouco mais sobre isso ou vamos direto ao assunto?

Mesmo tendo sido pego de surpresa o mago se saiu bem. Seguiu a mulher sem dizer uma palavra sequer, mas analisando tudo a sua volta...

Citação :: - Ja deve ter percebido que não sou do tipo de maga de ataque, né, por isso que não cuidei desse assunto pessoalmente... - ...Ah, e nao se preocupe, eles vão achar que tiveram um pesadelo ou algo parecido, então vamos aproveitar e ir para minha loja...

Ele escutou e olhou para ela, mas a feiticeira saiu andando antes que ele abrisse a boca pra dizer algo e Vallen entendeu que não era conveniente conversar ali, então, apenas seguiu atrás dela.

Ao entrar na loja Vallen se perdeu em meio a tantos artefatos. Havia uma variedade de itens exóticos tão grande que nenhum mago, estudioso ou pesquisador poderia ficar indiferente.

Citação :: - Você é um homem bem discreto, senhor...

-Donnovan... Ele desviou os olhos de uma estranha carranca para poder olhar para a mulher e concluir a mentira... -Marcus Donnovan III!

Aquele era apenas um dos tantos nomes do mago, que em suas viagens tinha aprendido a necessidade de se manter anônimo. Foram tantas as farsas, tantos personagens e nomes que aquilo já tinha se tornado natural e corriqueiro.

Citação :: - Quase não é possivel notar seu braço... Se importaria em contar um pouco mais sobre isso ou vamos direto ao assunto?

Vallen pousou os olhos no braço e passou a mão direita sobre ele erguendo um pouco a manga. -Isso?! É apenas a lembrança da tolice e imprudência de um jovem... Parou e sorriu se lembrando do erro patético que havia lhe custado o braço, mas logo balançou a cabeça e afastou os pensamento. Subiu um pouco mais a manga e emendou.
-Os magos podem dizer oque quiserem, mas é inegável a habilidade e maestria dos Mekanicos da capital...Mexeu o braço e olhou para ela. -Aqueles canalhas fazem um trabalha fantástico, não acha?!

Como aquilo foi mais uma afirmação do que uma pergunta, Vallen abaixou a manga. -Mas não para falar do meu braço que você me trouxe aqui, eu creio. Cruzou a sala até uma estante, de onde retirou um livro empoeirado com um título estranho. -Voltemos ao pondo de onde paramos... Ele recuperava sua postura e arrogância naturais. -Como eu mato essas coisas?!

Abriu o livro. -Diga que tem algum grimório mata espectros e coisas bizarras em baixo de toda essa poeira.

Citação :: -Voltemos ao pondo de onde paramos... -Como eu mato essas coisas?!

-Diga que tem algum grimório mata espectros e coisas bizarras em baixo de toda essa poeira.

A maga soltou uma risada ao ver a reação e mudança de Vallen, ao mesmo tempo que seu olhar parecia um pouco mais distante, principalmente quando Vallen expos seu braço para ela, como se estivesse vendo além do que olhos normais revelavam. Ela então o fitou um pouco mais seria, se recobrando da risada.

- A menos que voce diga que também é um servos dos deus, acho muito dificil você conseguir usar aquela magia... E bem, contra espectros eu tenho uma infinidade de magias e feitiços, mas nenhuma funciona contra eles... Para ser sincera, nem tenho certeza se a que eu usei realmente o destruiu, essas coisas são incrivelmente resistentes a magia e fisicamente você ja viu o inconveniente que eles possuem...

Tragando seu cigarro, ela recostou na cadeira, soltando uma longa lingua de fumaça enquanto olhava para cima, como se pensasse em algo.

- Imagino eu que ja deva ter percebido que essas criaturas possuem algo além de magia, provavelmente a intervenção direta de alguma divindade, o que acho muito improvavel mas inegavel... Se tudo isso começou naquela vila, então la deve ter alguem ou alguma coisa que esta fazendo isso, abastecendo esse poder... O nosso trabalho, senhor... Donnovan... é irmos até la e quebrar esse fluxo, possivelmente evitando combate ja que todos são inocentes. Acha que consegue me ajudar ou preciso chamar os donos de seu braço? hehe

A resposta não agradou nem um pouco ao mago. Entrar em uma vila cheia daquelas coisas sem saber como destruí-las e depender apernas de uma estranha não era algo que ele estava muito disposto a fazer... Infelizmente não tinha muita escolha e aparentemente teria que ir confiando na feiticeira e na esperança de sua magias normais terem efeito, afinal ainda não tinha testado nenhuma e estava se precipitando ao descarta-las.

Citação :: - Imagino eu que ja deva ter percebido que essas criaturas possuem algo além de magia, provavelmente a intervenção direta de alguma divindade, o que acho muito improvavel mas inegavel... Se tudo isso começou naquela vila, então la deve ter alguem ou alguma coisa que esta fazendo isso, abastecendo esse poder...

Vallen levou a mão ao queixo e refletiu por um momento.

-Isso faz sentido e é bem preocupante... Respirou pesadamente. -Ainda que não seja um deus é algo com um poder nunca visto antes em nosso plano. Concluiu se recordando do ocorrido no quarto da estalagem naquela manhã.

Olhou para ela e ignorou a alfinetada no final da frase.

-Pois bem! Irei com você.

O mago fechou o livro e devolveu ao seu lugar de origem.

-Mostre o caminho, feiticeira.

O livro pego ao acaso se tratava sobre a história da "Última Guerra", a guerra de quinhentos anos atrás que quase dizimou inúmeras raças e reinos, em especial nas partes que Vallen folheava continham relatos de um capitão de infantaria, questionando se as ordens dos superiores eram sensatas em deixar a tal "tropa de elite" fazer o que bem entendesse e passasse por cima dos próprios aliados...

Poderia ser um livro interessante, revelando uma visão até diferente da época pelo que o mago sabia até aquele momento, mas o momento não era de reflexão e questionamentos mas sim de agir e impedir que tal mal se alastre por terras vizinhas. A mulher apenas sorriu por Vallen nem se importar com a alfinetada antes antes de voltar a falar, se levantando.

- Ainda possui algum pertence na estalagem ou já está pronto para partir? Só preciso preparar minha loja... Um momento.

Ela apenas aguardou a resposta para deixar Vallen e entrar por uma porta coberta por uma cortina roxa, falando baixo com alguém em seu interior.

Citação :: - Ainda possui algum pertence na estalagem ou já está pronto para partir?

As mãos do mago foram instintivamente até a bolsa que trazia consigo.

-Aparentemente está tudo aqui.

Ele abriu a bolsa e olhou la dentro para se certificar de que realmente tinha pego tudo na hora que estava fugindo da estalagem. Constatando que estava tudo em ordem, Vallen levantou novamente a cabeça para encontrar apenas o vulto da feiticeira atravessando a cortina.

-Então! A que distância fica esse vilarejo e como chegaremos até lá? Perguntou elevando um pouco a voz, para que ela pudesse ouvir, enquanto ele caminhava novamente pelas estantes de livros procurando algo que lhe fosse útil.

Passou outra vez pelo livro que tinha acabado de devolver e o retirou da estante outra vez. Os relatos do capitão, ainda que fossem apenas contos imaginários, tinham lhe aguçado a curiosidade.

Vallen pegou o livro e elevou outra vez a voz. -É um livro bem interessante esse da "Última Guerra". Quanto está pedindo por ele?!

O mago foleou livro do começo ao fim e voltou a procurar mais coisas interessantes nas prateleiras, já que provavelmente não teria outra chance tão cedo.

Vallen perguntou mas de lá de dentro nenhuma resposta retornou, enquanto que ainda era possível escutar o mesmo murmurar de antes, talvez algum encantamento ou estivesse concentrada de mais no que estivesse fazendo. Quando olhou para sua bolsa, um breve flash de lembrança o fez recordar da imagem que havia visto no espelho, causando um leve acelerar do coração e respiração, passando rapidamente.

Quanto aos livros, haviam outros também sobre histórias mas nenhum que despertasse a curiosidade do mago mais do que aquele livro, que ao ser folheado, parecia dividir-se em quatro histórias, mostrando personagens diferentes da guerra, mas não conseguiu ter nenhum detalhe específico pois enquanto tentava ler, a maga surge, respondendo atrasada a pergunta.

- Provavelmente você teria que vender dois braços e uma perna para poder comprar essa raridade, mas já que se mostrou interessado, deixo ficar com ele quando voltarmos, caso você mereça...

Disse a mulher, terminando a frase com um risinho, mostrando um pouco de bom humor.

- Como todos os viajantes, a cavalo. Ou prefere ir à pé?

Vallen não sabia quando teria um tempo tranquilo para ler o livro mas a história se mostrava bastante interessante e por isso queria compra-lo, mas agora teria de esquece-lo pois algo lhe dizia que ele provavelmente não voltaria aquela loja tão cedo.
Balançou a cabeça recordando seu pensamento inicial e imaginando se não devia ter seguido com ele e roubado o livro quando a maga estava la dentro, mas achou ter agido corretamente. Provavelmente a loja era protegida por algum feitiço e a mulher teria sido alertada.

Resignado o mago devolveu o livro ao seu lugar e, com a cara um pouco amarrada, caminhou em direção a saída.

-Vamos nos apressar então... Onde estão os cavalos?

- Vamos nos estabulos, não hão de demorar em prepara-los...

Uma pitada de arrependimento e bastante insatisfeito, Vallen se retira da loja e acompanha a maga rumo aos estabulos, com a mulher na dianteira, tratando sobre a necessidade da dupla. O homem, um senhor de uns cinquenta anos, pareceu olhar meio desconfiado para Vallen, mas nada disse ou fez, simplesmente cumpriu com seu dever e rapidamente entregou ambos os animais, um cavalo marrom para Vallen e um quase branco para a maga.

Conforme partem, ganham logo velocidade e estão em um ritmo acelerado rumo a vila. Pelo que a maga falava e Vallen entendia, talvez chegassem na vila proximo ao por do sol caso mantivessem a velocidade.

Enquanto a viagem procegue, aquele som constante dos cascos e respiração acelerada dos animais fazem com que a cabeça do mago se perca em seus pensamentos e lembranças, levando-o a imaginar se ja não fazia dias que estavam cavalgando, pois o tempo parecia não passar e a estrada parecia sempre a mesma, com poucas mudanças no ambiente.

A pausa para o almoço foi curta, apenas para dar uma pequena tregua para os animais proximo a um riacho, enquanto que a maga oferece um pedaço de pão e uma maçã. Estaria tudo certo, se não fosse a dor em seu braço piorando, havendo começado pouco depois de chegar até a parada, mas se tornando quase insuportavel enquanto comia, como se algo estivesse errado com ele, alguns momentos não respondendo a seus comandos.

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