O druida percorria rápido os caminhos escuros da floresta. A noite era muito escura sob a copa das árvores, mas era justamente seu momento preferido. Na noite, podia tornar-se uma sombra invisível. Poucos olhos, humanos ou não, poderiam percebê-lo ali, em seu território, deslizando entre as sombras do sonho e do medo. Para Arvedui, apenas a floresta importava, nada mais. Não sentia medo, não ali, sob o seu escudo verde-escuro.
E caminhava rápido, preocupado com notícias que lhe chegavam vindas das árvores e dos animais: um terror negro parecia estar tomando conta de sua floresta. Seu pequeno pedaço de chão que chavam de lar, parecia estar sendo alvo de um invasor, algum poder externo hostil. Encontrava-se agora percorrendo o coração da floresta, enquanto seu lobo, Aldarion, comandava os demais lobos da floresta em uma vigília pelo perímetro externo da floresta. Ao menos haviam sido essas as orientações do druida. O Lobo era inteligente, e podia fazer seu próprio caminho também.
Continuou correndo, incansável, cortando a noite feito uma faca afiada no escuro. E assim permaneceu, até que ouviu o uivo. De imediato, tomou a direção do som, bem próximo de onde estava, tão próximo que Arvedui estranhou não ter notado qualquer presença até ouvir o som. Embora não sentisse medo, o desconhecimento pelo que iria encontrar parecia esmagá-lo agora. Sentia sua espinha fria e seus movimentos eram cautelosos quando se dirigiu para o local do som...